quarta-feira, 9 de setembro de 2009

Adélia Prado em mim

A mim que desde a infância venho vindo
como se o meu destino
fosse o exato destino de uma estrela
apelam incríveis coisas:
pintar as unhas, cortar o cabelo,
pintar os olhos,dançar, beber.
Tomo o nome de Deus num vão.
Descobri que a seu tempo
vão me chorar e esquecer.
Vinte anos mais cinco é o que tenho,
mulher ocidental que se fosse homem
amaria chamar-se João Guimarães Rosa
Neste exato momento do dia cinco de julho
de dois mil e nove,
o céu é bruma, está frio, estou feia,
acabo de receber uma má notícia por e-mail.
Vinte anos mais cinco: Não quero a faca nem o queijo, quero a fome!

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